“Foi uma bela surpresa que superou as nossas expectativas. Pode-se dizer que é uma proposta irrecusável”. A Afirmação é do Diretor Geral da Vinícola catarinense Panceri, Celso Panceri, que após visita às regiões baianas do Vale do São Francisco e do Médio São Francisco, no sábado (14) e domingo (15), garantiu que a possibilidade de investimento na região é de 100%. Panceri esteve acompanhado de 11 produtores de vinho catarinenses que integraram a comitiva coordenada pelo vice-governador da Bahia João Leão, atual secretário estadual do Planejamento.
Celso Panceri destacou ainda o que te chamou a atenção quanto ao potencial das regiões visitadas. “As condições de produção são realmente muito boas em termo de água, solo e clima, inclusive com a possibilidade de retorno na metade do tempo que se tem em Santa Catarina e com a grande vantagem de termos nessa região pouca chuva, que é um fator negativo no sul, já que a chuva danifica a fruta”, explica. Localizada no município de Tangará-SC, a Vinícola Panceri, da qual além de diretor é sócio fundador, tem quase trinta anos de atuação e acumulou sete premiações em concursos nacionais e internacionais somente nos últimos dois anos. A Panceri foi a primeira vinícola catarinense a exportar, enviando remessas de vinhos Reserva para a República Tcheca e para os EUA, em 2006.
A imagem do solo rachado pela seca é difícil de evitar quando o assunto é o semiárido nordestino. Detalhadamente descrita por Euclides da Cunha no clássico Os Sertões de 1902, a região carrega o estigma do sofrimento daqueles que convivem com a escassez de água. No extremo oposto a esta imagem, na Bahia, existe, no entanto, um sertão com abundância de água e produtivo, cuja imagem não é tão popular assim. O Vale do São Francisco é uma das novas regiões vitivinícolas brasileiras produtoras de vinhos finos e internacionalmente é referência na produção de frutas, devido às condições extremamente favoráveis de clima, abastecimento de água e solo. O Médio São Francisco reúne condições edafoclimáticas ideais para o desenvolvimento de projetos agroindustriais, baseados no uso da irrigação e de tecnologias de ponta. Somada a estas características estão terras férteis, de baixa inclinação e disponibilidade hídrica a partir dos rios Grande e São Francisco.
Fernando Peixoto, executivo da Vinícola Santa Augusta localizada na capital catarinense da uva e do espumante, a cidade de Videira, destacou o potencial das regiões. “É muito Visível e nítido para nós o potencial dessas regiões, não só para uva como para qualquer cultura. Ficamos muito felizes em conhecer essas regiões e confirmar essa capacidade produtiva. Agora vamos estudar melhor a viabilidade econômica, mas sem dúvidas o custo da terra e a possibilidade de duas safras anuais, característica peculiar à região, são bastante atrativos”, avaliou. No mercado de vinhos desde 2006, a santa Augusta conta com maquinários de alta tecnologia, tanques de inox e câmera fria para recepção das uvas, aliados a avançadas técnicas para produção de vinhos de qualidade internacional.
“Essa é uma das grandes oportunidades de investimento que temos na Bahia. Ganham todos os lados, os investidores têm um enorme potencial produtivo a explorar e nós, na Bahia, ganhamos na geração de emprego e renda e incorporamos a nossa região vitivinícola empresas com grande expertise na produção vinho, espumantes e suco de uva”, explica João Leão.
No Vale do São Francisco, a comitiva visitou, dentre outros empreendimentos, as instalações da GrandValle, empresa dedicada à produção de vinhos de mesa, sucos, geleias e frutas in natura e a Vinícola TerraNova, do Grupo Miolo, que se dedica à produção de espumantes, vinhos jovens e frutados e suco de uva. Os empreendimentos se localizam no município de Casa Nova.
No Médio São Francisco, foram visitados alguns empreendimentos que integram o Polo Agroindustrial e Bioenergético do Médio São Francisco, como a Fazenda São José, que irá produzir soja, milho, feijão e tomate, a Fazenda Euroeste, do segmento da agropecuária, com expectativa de criação de 7,5 mil bois até o final de 2021, e a Fazenda Desterro, que atualmente produz inhame e batata, mas que futuramente também produzirá grãos. Os empreendimentos estão situados no município de Barra.
Fizeram parte da comitiva ainda os executivos das vinícolas Sam Michele, Girola, Suzin e Florete. A primeira delas, a Sam Michele, instalada no município de Rodeio- SC acumula 34 premiações nacionais e produz a partir de técnicas aperfeiçoadas no reconhecido Instituto italiano San Michele all’Adige. A Girola, localizada na grande Florianópolis, produz vinhos a partir de técnicas trazidas por imigrantes vindos de Trento, Itália. A Suzin, pioneira no plantio de uvas na região de São Joaquim-SC, cultiva as variedades Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc, Pinot Noir, Montepulciano, Petit Verdot, Cabernet Franc, Malbec e Rebo. A florete, localizada no município de Pinheiro Preto-SC, produz além de vinho, bebidas mistas e gim.
Foto: Ascom/Seplan