Uma internet mais rápida, em que o delay (atraso na resposta) é praticamente inexistente. Essa é a tecnologia 5G. Se o 4G foi uma revolução entre as pessoas, o 5G será uma revolução entre as coisas pois conectará diferentes equipamentos entre si, o que deverá trazer uma verdadeira revolução para áreas como agronegócio, portos, educação, medicina e segurança pública. Essa foi a análise que o ministro das Comunicações Fábio Faria fez ao programa A Voz do Brasil desta quarta-feira (25). “Ele vai beneficiar toda a nossa cadeia produtiva, a nossa indústria, as nossas empresas. Tudo estará conectado ganhando eficiência, diminuindo custos, vai ter uma economicidade muito grande”
Segundo Faria, após a aprovação do edital do leilão da internet 5G pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem prazo de uma a duas semanas para publicar o edital do certame, que deve ser realizado em outubro.
O ministro detalhou na entrevista alguns diferenciais da internet 5G. A velocidade de transmissão de dados, que com o 4G é de no máximo 30 megabits passa para 1 gigabyte, e o tempo de latência (popularmente chamado de delay, ou atraso na resposta) cai de 2.3 segundos para 0,0008 segundos, praticamente zero. “Teremos uma nova internet. Uma nova tecnologia”, disse.
Faria explicou também que com o 5G acabarão as “sombras” de internet no Brasil. Isso porque hoje o Brasil conta com 100 mil antenas de 4G. A nova tecnologia deve instalar mais 450 mil antenas. “Nós estamos falando de uma tecnologia muito mais forte, muito mais robusta”.
Além disso, as empresas vencedoras do leilão estarão obrigadas a realizar investimentos que devem somar R$ 40 bilhões. Uma das obrigações será suprir 48 mil quilômetros de rodovias federais com internet 5G.
Outro dever das vencedoras será o abastecimento dos pequenos municípios com, ao menos, a internet 4G. De acordo com o ministro a ideia é acabar com o deserto digital do Brasil, que são 40 milhões de pessoas que não têm internet. “O 5G vai estar na maioria das grandes cidades, nas capitais, em todas as capitais. Nas cidades maiores e nos pequenos municípios, que, por exemplo, uma empresa de comunicações não iria até ele porque não teria um custo benefício, não seria produtivo, não teria como ganho investir lá, a gente colocou a obrigação as pequenas cidades receberem pelo menos a internet de 4G”, disse.
Para comunidades quilombolas, cidades com menos de 600 habitantes o governo tem chegado por meio do Wifi Brasil. O programa conectou 10.500 escolas, postos de saúde e praças e em três anos levou internet a cerca de 8 milhões de pessoas.
Fábio Faria também falou sobre o programa Digitaliza Brasil que tem como objetivo levar a TV Digital a todos os municípios brasileiros até dezembro de 2022. Questionado sobre o projeto de privatização dos Correios disse que a expectativa é de que ele seja votado no Senado em setembro.
Foto: Valter Camponato – Agência Brasil