Em janeiro, as vendas do comércio varejista da Bahia cresceram 1,7% na comparação com igual período do ano passado, de acordo com cálculos da Fecomércio-BA com base nos dados do IBGE. O faturamento no mês foi de 9,45 bilhões de reais, 160 milhões a mais do que janeiro de 2021.
O setor de veículos, motos e peças puxou o desempenho deste primeiro mês, com alta anual de 56,9%.
“A base fraca do ano passado ajuda a entender esse resultado, mas não é suficiente. Há a questão de uma demanda reprimida por conta da pandemia, mas o principal aspecto é o aumento expressivo dos preços dos veículos, dada a sua escassez e o encarecimento nos custos produtivos”, destaca o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze.
As farmácias e perfumarias também tiveram destaque em janeiro com alta anual de 23,8%. O faturamento de R$ 1,2 bilhão é o maior para o mês da série histórica.
As demais altas foram de lojas de vestuário e do grupo Outras Atividades. O primeiro registrou leve avanço de 1,3% e o segundo, 3,3%.
No caminho inverso, o destaque vai para três segmentos: Eletroeletrônicos, Móveis e Decoração e Materiais de Construção. Esses apresentaram quedas respectivas de 24,3%, 31,3% e 11,1%. Para o economista, “o desempenho ruim está relacionado ao crédito mais caro, uma vez que houve aumento da taxa básica de juros de 2% para 10,75% em apenas um ano”. E, por fim, o setor supermercadista que retraiu 7,6% em janeiro na comparação anual.
“A inflação geral acima de 10% tem impactado o bolso do consumidor que enfrenta desafios para manter a cesta neste setor essencial de consumo. Os preços dos alimentos estão tendo forte alta neste início de ano e a opção é escolher marcas mais baratas, evitando prejuízo”, pontua Guilherme Dietze.
Então, o resultado positivo geral não necessariamente foi refletido em todos os segmentos. Houve uma exata assimetria nos desempenhos, sendo quatro atividades com alta nas vendas e quatro com retração. “O problema é que a inflação não dará trégua e continuará subindo forte, sobretudo no ramo de alimentos e de transportes”, exemplifica Dietze.
Portanto, o comércio deve continuar sentindo os efeitos ruins da inflação e dos juros altos. “O crescimento das vendas será limitado e os empresários do comércio continuam com o desafio de buscar reduzir custos e continuar tendo preços relativamente atrativos”, salienta o economista da Federação.