O povo negro de Alagoinhas celebrou, nesta quarta-feira (13), uma grande conquista para reparação dos seus direitos. Com a participação de comunidades tradicionais e de santo, foi dada posse, nesta quarta-feira (13), ao Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra e Afrodescendente de Alagoinhas, no Centro Integrado de Assistência Social (CIAS).
O evento contou com apresentações culturais do Samba de Roda de Catuzinho e da Associação dos Capoeiristas e Academias de Capoeira de Alagoinhas e Região (ASACA), que prepararam o ambiente com uma energia vibrante para a assinatura de posse dos conselheiros.
O Conselho é formado com representação das secretarias de Educação; Saúde; Assistência Social; Cultura, Esporte e Turismo; Governo; além de representantes do Poder Legislativo, Conselho Tutelar, OAB, da Religião Afrobrasileira e os membros organizados da Comunidade Negra do município: Associação Beneficente Oyá Ni, Associação Comunitária do Catuzinho, Associação Comunitária dos Agricultores Familiares e Quilombolado Cangula, Fórum da Juventude Preta Baiana, Escola de Capoeira Expansionismo e o Movimento de Mulheres Negras de Alagoinhas.
Ampliar os espaços de discussão, fortalecer as ações de enfrentamento ao racismo, reafirmar a resistência dos povos e comunidades tradicionais e combater a desigualdade étnica e racial são os objetivos do Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra e Afrodescendente de Alagoinhas. Estiveram presentes ao ato, a primeira-dama Ludmilla Fiscina (representando o prefeito Joaquim Neto), o Secretário de Assistência Social Rui Costa Brito e os vereadores Thor de Ninha e Jucy Cardoso.
Ludmilla lembrou que já fora Diretora de Reparação e, ciente dos anseios da população negra, disse que “quando todos se unem em prol de várias causas ficamos mais fortes para se alcançarmos as conquistas necessárias, por isso, estamos no caminho certo!”.
O coordenador e conselheiro Leandro da Silva Santos ressaltou a necessidade da luta pelos direitos e disse que chegou a vez dos negros ocuparem os espaços de poder. “Hoje estamos aqui por muito lutar, por muito chorar e muito clamar ao que acreditamos, pela fé que temos. Estamos conquistando mais um instrumento de luta pelo nosso povo. Vamos usar a nossa voz para clamar pelos nossos direitos, que estão aí. Basta termos o conhecimento e lutar”.
O vereador Thor reforçou a necessidade de se combater “o racismo que está na estrutura da sociedade para que os negros não sejam assassinados e condenados apenas pela sua cor”. A vereadora Jucy Cardoso informou que, oficialmente, 82% da população do município é negra. “Não tem como falar de política pública sem pensar nas questões que nos atravessam, tanto na parte religiosa, como na cultural, de Saúde e de vunerabilidade. Nós precisamos pensar a política pública ouvindo essas pessoas”.
A composição e nomeação dos membros se fez via Decreto n°5.777 de 2022.
Foto: Roberto Fonseca