O Governo do Estado realiza ações para manter a preservação da arquitetura do Centro Histórico de Salvador, com investimentos que atraem turistas do mundo inteiro, gerando emprego e renda para os baianos. A região abriga a Rua Chile, a primeira do Brasil e que liga a Praça Castro Alves à Praça da Sé; o Palácio Rio Branco, primeira sede governamental do Brasil colônia, com vista privilegiada para a Baía de Todos-os-Santos; igrejas seculares, que alimentam a fé católica de várias gerações; assim como o Pelourinho, cartão-postal conhecido internacionalmente.
O conjunto arquitetônico dos casarões coloniais, a cultura, a música e a culinária baiana viajam o planeta através de registros dos visitantes e marcam a identidade do povo da Bahia.
Basta andar pelo Centro Histórico para constatar o magnetismo que o lugar provoca nas pessoas. Selfies de celulares, câmeras profissionais, poses em monumentos e todo o tipo de sotaque são comuns na região. A turista argentina Glória Stefaniuk circulou pelas ruas do Santo Antônio, com pinturas características da Timbalada nos braços. “Estou passando uma semana em Salvador. Conheci o Pelourinho, o Terreiro de Jesus, o elevador (Lacerda) e o Mercado Modelo. Amei a Bahia. O que eu mais gostei, por enquanto, foi o Centro Histórico. A história me encanta”, declarou.
Conhecendo o Centro Histórico
O Centro Antigo de Salvador (CAS) engloba o Centro Histórico (CHS) e o Entorno do Centro Histórico (ECH). São 15 bairros, onde vivem, aproximadamente, 80 mil pessoas. Deste total, 5,9 mil residem no Centro Histórico da capital, onde circulam, anualmente, 530 mil pessoas. De 2021 até o momento, o Governo do Estado realizou serviços de limpeza e pintura em mais de oito mil metros quadrados de área de casarões e prédios históricos da região.
Em todo o Centro Antigo de Salvador, 299 vias estão sendo requalificadas, com um investimento de R$ 125,7 milhões, por meio do projeto Pelas Ruas. Desse total, em 18 vias do Centro Histórico, são realizadas reformas na pavimentação e nas calçadas, com melhorias na acessibilidade, além das ações permanentes de reparo e pintura dos antigos casarões e troca de luminárias.
Guilherme Lopes é proprietário de um restaurante no Santo Antônio, onde ele e a esposa empregam oito funcionários. A casa foi inaugurada em agosto do ano passado, passou o mês de março fechada para reformas e foi reaberta no último dia 8. “A gente tem observado um aumento muito significativo de pessoas, tanto aqui de Salvador como de turistas frequentando o bairro, e o aumento de pontos comerciais. A recuperação das fachadas, das ruas, do calçamento e da iluminação contribui para dar mais beleza e segurança ao bairro”, explicou o proprietário.
No Terreiro de Jesus, Praça da Sé, Largo do Pelourinho e Carmo, dezenas de imóveis tiveram suas fachadas restauradas pela Conder, nos últimos meses. Nas ladeiras do Carmo e do Passo, mais de mil metros quadrados de pavimento e calçadas foram restaurados.
Maurício Mathias, diretor de Habitação e Urbanização Integrada da Conder, empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), lembra que “o Centro Histórico é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [Iphan], desde 1984, e reconhecido pela Unesco [Fundo das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] como Patrimônio da Humanidade. Por isso, é preciso uma atenção especial, como obter autorizações para a realização das obras, mantendo as cores originais e os detalhes da arquitetura”.
Pelô Acessível
Elaborado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e executado pela Conder, o projeto Pelô Acessível inclui um circuito de 1,3 quilômetro de extensão. Além da instalação de rampas na Fundação Casa de Jorge Amado e no Museu da Cidade, foram alargadas as calçadas ao longo da Rua Gregório de Matos, contornando o alto do Largo do Pelourinho e terminando no Terreiro de Jesus.
Turismo, história e cultura
Casario, igrejas, museus e outros espaços fazem do Centro Histórico de Salvador um percurso importante para aqueles que desejam conhecer de perto um pouco da história da colonização do Brasil e das Américas e atraem investimentos do setor de hotelaria. De acordo com o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, “o Governo do Estado planejou a utilização de prédios históricos com fins turísticos. Nós fizemos a cessão onerosa do Palácio Rio Branco e um grupo francês venceu a licitação para explorar o local por 35 anos como um hotel seis estrelas.”
Além desse empreendimento, o Palácio dos Esportes, na Praça Castro Alves, também vai se transformar em hotel. Eles se juntam ao Fasano e ao Fera Palace, já em funcionamento. Tudo isso reforça o Centro Histórico como um grande foco de atração turística.
Foto: Noel Tavares