Perda de audição e visão, convulsões, retardo do desenvolvimento, alto risco de morte e amputação de dedos e até de membros. Essas podem ser algumas complicações decorrentes da meningite, doença que causou 300 mil mortes no mundo em 2017, segundo dados da Confederação das Organizações de Meningites (CoMO), e que estima 5 milhões de novos casos registrados a cada ano.
Em meio a retomada das atividades com o avanço da vacinação da Covid-19, nunca foi tão importante alertar para a imunização contra a meningite, principalmente pelo alto risco de aumento da doença devido ao abandono da vacinação durante a pandemia. De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Ipsos em parceria com farmacêutica GSK, 50% dos pais deixaram de vacinar seus filhos contra a meningite meningocócica.
A Dra. Maria Isabel de Moraes, infectopediatra e Consultora em Vacina do Leme, medicina diagnóstica da Dasa, esclarece algumas questões relacionadas à eficácia da vacina contra a meningite. Dentre elas, por que as pessoas ainda podem desenvolver as formas graves da doença?
A médica explica que a vacina contra a meningite funciona como uma proteção estendida para evitar novos casos de meningite. “Já sabemos que as vacinas não são 100% eficazes. Entretanto, todas as vacinas que dispomos atualmente, em especial, contra as meningites bacterianas, reduzem em muito o risco da doença. O fator determinante é que é necessário que um número muito grande de pessoas seja adequadamente imunizado para que microrganismos como meningococo e pneumococo, que são bactérias associadas a quadros graves de meningite, circulem menos”, acrescenta a especialista.
A Dra. Maria Isabel alerta que é importante estar imunizado para garantir que a doença seja erradicada. “o objetivo é atingir altas coberturas e, com isso, impedir a doença mesmo nos poucos que não tenham respondido adequadamente a vacina, como as pessoas imunossuprimidas”, conclui a médica.
Foto: Noel Tavares