O presidente da Comissão de Transportes de Ilhéus, vereador Carlos Augusto (PT), se mostra chateado com a situação precária em que vivem os catadores ou recicladores do antigo lixão do município, localizado na comunidade Itariri, na rodovia Ilhéus/Uruçuca. Augustão do PT, como é conhecido, defende que o lixo seja tratado e ainda valoriza o processo de coleta seletiva, mas de acordo com o parlamentar, a prefeitura de Ilhéus fechou o lixão da cidade e passou a colocar todo o material no aterro localizado na rodovia Ilhéus/Itabuna. “Essa transição trouxe desemprego e insegurança para os catadores do antigo lixão que afirmam não saber o que vai ser do futuro desses trabalhadores”, afirma o parlamentar.
O vereador disse ainda que “há dois meses trouxe para o município uma empresa disposta a implantar uma usina de tratamento do lixo, com proposta de coleta seletiva e ainda inseri esses catadores no projeto, mas ninguém aceitou”. Augustão afirma também que está preocupado com o futuro desses trabalhadores. “De forma estranha criou-se uma empresa, fechou o lixão e prometeu pagar R$600,00 para os trabalhadores, em duas parcelas de R$300,00. Que empresa é essa? Como vão ficar esses trabalhadores depois das eleições?”, questiona o vereador que tenta uma vaga na Câmara Federal. Augustão do PT promete formalizar denúncia no Ministério Público.
Uma senhora que se identifica com Rafaela catadora, disse que os trabalhadores estão sem saber o que fazer e questiona. “Com o fechamento do Lixão aqui tem mais de 300 famílias desamparadas e sem assistência nenhuma em termo de trabalho. Então temos que formar uma associação ou cooperativa, mas pra fazer isso, a gente precisa de galpão, maquinário, caminhão e um espaço e não tão dando nada disso a nós. Até agora não deram nada pra gente e ninguém fala o que vai acontecer com a gente”, afirma a recicladora.
Rafaela, ainda demonstra insatisfação com relação ao valor em que foi prometido para esses desempregados. “Inventaram de dá um auxílio pra a gente que é de um ano e quando chegamos lá, eram R$600,00 divididos em duas prestações de R$300,00. Minha renda no lixão era de R$1.700,00 e o que é que eu vou fazer com R$600,00 para cuidar da minha família?”, encerra. Até a publicação desta reportagem, a prefeitura de Ilhéus não respondeu os nossos questionamentos.
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