Médicos especialistas da Dasa Oncologia apontam os sintomas e a importância do diagnóstico precoce para combater a doença
Este mês é marcado pela campanha Novembro Azul, que tem o objetivo de conscientizar sobre o câncer de próstata, o segundo mais incidente em homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com orientações do Ministério da Saúde, é recomendado o rastreamento do câncer de próstata a partir dos 50 anos de idade, quando a incidência da doença começa aumentar, acometendo 10% dos homens. Especialistas alertam sobre a importância do diagnóstico precoce e do cuidado com a saúde em geral. Quando a doença é detectada em estágios iniciais, a chance de cura é de mais de 90%.
Uma vez sendo diagnosticado o câncer, a discussão com o paciente deve levar em consideração a evolução do tumor, com realização de exames de análises clínicas e de imagem, o balanço entre benefícios e riscos, o estado geral do paciente, sua expectativa de vida e preferências.
Segundo a Dra. Mariana Andrade, especialista em câncer de próstata da Dasa Oncologia, marca pertencente a Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, que também integra os laboratórios Leme e Image, o diagnóstico é mais comum em homens com mais de 65 anos. “Mas temos visto que a incidência em pacientes mais jovens vem aumentando. Isto pode estar relacionado ao estilo de vida, principalmente com a falta de exercícios físicos. Por isso, é fundamental evitar o sedentarismo, dieta gordurosa, alimentos embutidos e ultraprocessados, sobrepeso e tabagismo. Esses fatores são prejudiciais e favorecem o aparecimento de diversos tipos de doenças”, destaca a oncologista.
Sinais da doença e rastreamento
Uma questão a ser observada com cautela é o fato do câncer de próstata usualmente não causar sintomas nas fases iniciais. Isso é sempre um risco, pois o tumor pode crescer sem dar nenhum alerta e se tornar metástase, atingindo outros órgãos. Por isso, a consulta regular ao urologista, a partir dos 50 anos, é fundamental.
Mas, alguns sinais são importantes e devem ser observados, como dor ou dificuldade de urinar; sangramento na urina; fluxo de urina fraco ou interrompido; aumento da necessidade de urinar, sobretudo à noite; problemas para esvaziar a bexiga por completo; dores nas costas, pélvis e/ou quadris; e dor durante a ejaculação. Caso surja algum desses sintomas, a recomendação é procurar um especialista o quanto antes.
O exame de PSA é um dos exames indicados para detecção de câncer de próstata, mas não deve ser o único. O PSA é uma proteína produzida pelas células da próstata. A próstata tem uma função muito específica: fluidifica o sêmen, que é o material ejaculado. Mas, alteração desse exame não conclui o prognóstico, por isso, outros exames complementares são indicados pelo urologista, como ressonância magnética, ultrassonografia e exame de toque retal.
“Nós temos observado ao longo dos anos que a resistência dos homens em se submeterem ao exame de toque retal melhorou muito. Apesar de todos os avanços em exames de imagem, o toque retal ainda deve ser considerado importante e não deve ser omitido nas consultas com o urologista. A faixa etária para se iniciar um programa de rastreamento depende de características individuais. Para indivíduos com histórico familiar de câncer de próstata, ou indivíduos de maior risco para o tipo mais agressivo (por exemplo, indivíduos afrodescendentes), pode-se iniciar o rastreamento entre 40 e 45 anos”, destaca Dr. Augusto Mota, urologista da AMO, em Salvador, que também faz parte da Dasa.
Tratamento
“Quando falamos do tratamento do câncer de próstata, pensamos em multidisciplinaridade, ou seja, a necessidade de vários especialistas atuando para o melhor desfecho clínico do paciente. Nesse sentido, a equipe é formada por um urologista e um oncologista. Enquanto um realiza a cirurgia para retirada do tumor, que poderá ser via robótica, o segundo avalia o tratamento medicamentoso, para evitar a recidiva do câncer. Além destas possibilidades, é crucial pensar na importância da atenção de um radio-oncologista para o tratamento radioterápico. Tudo depende de uma avaliação minuciosa. O que podemos afirmar é que o diagnóstico precoce facilita todo o tratamento. E deve-se observar caso a caso”, esclarece a Dra. Mariana Andrade.
Impotência sexual
Muita gente relaciona a impotência sexual com a questão do câncer de próstata e o tratamento. A impotência sexual pode ocorrer como um evento adverso importante em qualquer modalidade de tratamento para o câncer de próstata. Com o advento da cirurgia de prostatectomia com auxílio de robô, especialistas observam uma redução desse evento indesejável. Mas, ainda assim, alguns pacientes perdem potência sexual. Cabe ao paciente e o médico definirem em conjunto a melhor solução.
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