Práticas terapêuticas que podem ser feitas em casa são ensinadas na Semana de Conscientização sobre o Autismo de Alagoinhas

Começou a Semana de Conscientização sobre o Autismo, promovida pela Prefeitura Municipal de Alagoinhas, por meio da Secretaria de Assistência Social (SEMAS), em todas as 05 unidades dos CRAS: Praça do CEU, Mangalô, Nova Brasília, Riacho da Guia e Boa União. Um dos objetivos é apresentar dinâmicas que desenvolvam habilidades novas nos jovens e crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o qual se caracteriza por uma série de condições que provocam dificuldades de interação social, além do interesse restrito por certas atividades, que são realizadas de forma repetitiva.

Mais do que esclarecer a sociedade sobre o assunto, a campanha – que integra o Abril Azul – visa instrumentalizar as famílias para realizarem, em casa, com materiais simples, práticas terapêuticas que auxiliam no desenvolvimento integral de quem está no espectro. De acordo com Edvan Souza, Coordenador de Diversidade Social da SEMAS, a proposta foi “trazer algo mais prático, não apenas falar sobre o autismo, mas ensinar técnicas que possam ser repassadas para um vizinho, um parente, um amigo e trazer a conscientização de que o autismo não é uma doença”.

As práticas ensinadas, em parceria com a Clínica Criar, podem ser usadas no meio familiar para o acompanhamento de pessoas com autismo, utilizando materiais que, muitas vezes, já se têm em casa.  Segundo Tâmara, fonoaudióloga e coordenadora da ação na Criar, as dinâmicas ajudam bastante no desenvolvimento de habilidades que são pré-requisitos para a independência e a autonomia dos pacientes. “Com essas práticas queremos ajudar as famílias a confeccionarem materiais de baixo custo que podem trabalhar diversas habilidades como: motricidade fina e grossa, cognição, imitação, raciocínio lógico, atenção compartilhada, revezamento de turno no jogo”.

Dentre os elementos utilizados, jogos construídos com recicláveis como isopor, garrafa pet, tampas pet, caixa de ovo, papel, papelão, canudo, lápis, copos descartáveis, prendedor de roupa e bexigas coloridas.

“É essencial levar à comunidade informações de qualidade. Essa é a melhor forma de educar, reduzindo o preconceito e favorecendo a inclusão. Através da pulverização dessas informações nós podemos ajudar a nossa população a buscar conhecimento sobre o autismo, contribuindo para um ambiente domiciliar e escolar melhor”, reiterou a fono.

Nesta segunda, participaram da ação Maria José (Zeu Rabelo) – Neuropsicóloga e psicopedagoga; Viviane Lima – Psicopedagoga; e Antônio Otávio – Psicólogo. Ao longo da semana, também participarão: Alice Florência – Psicóloga e psicopedagoga; Rita Lima – fisioterapeuta; Carla Lorena Costa – fisioterapeuta Fabiane Xavier – Fisioterapeuta; Kassisia Andrade- Psicóloga; Bárbara Pereira – psicóloga; Igor Nonato – psicólogo; Receba Cardoso- Fonoaudióloga; Carolina Amorim – Fonoaudióloga.

Importância da Interação

Jaci da Silva tem 67 anos e é avó de um autista. Ela enfatizou o quanto o estímulo é essencial no desenvolvimento de seu neto. “O diálogo e a interação são muito importantes no desenvolvimento de novas habilidades, o que considero sempre possível. Eu acredito muito na melhoria com esses estímulos! Deixar a criança isolada é muito difícil. Eu procuro sempre estar perto do meu neto, conversar com ele e abraçá-lo”. Problemas de comunicação, com comprometimento da linguagem, também são comuns na síndrome, que se manifesta em cerca de 2 milhões de brasileiros.

De acordo com o relatório do Center of Diseases Control and Prevention (CDC), a prevalência de autismo se verifica entre crianças de 8 anos, com um aumento de 22% em relação ao estudo anterior, que era de 1 para cada 54 crianças. Agora, a estatística subiu para 1 a cada 44 crianças. O crescimento se refere ao aumento de profissionais capacitados e diagnósticos assertivos, respaldados nas pesquisas que se multiplicam ao redor do mundo.

“A gente deve, enquanto cidadãos, nos responsabilizarmos por trazermos mais qualidade de vida para esses indivíduos, independente de termos ou não no nosso seio familiar alguém com autismo”, salientou o Coordenador de Diversidade Social da SEMAS.

Os níveis do Transtorno do Espectro Autista variam de pessoa para pessoa e, geralmente, é acompanhado de outras condições, como epilepsia, depressão, ansiedade e Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Secom/PMA

Fotos: Rogenis Dias/PMA

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