Nesta terça-feira (28), aconteceu no Centro de Cultura de Alagoinhas, a culminância das ações do Novembro Negro, realizadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), por meio da Coordenação de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Com o tema “Decolonizar para avançar”, a programação, iniciada no dia 06 de novembro, teve por objetivo evidenciar as lutas e resistências da população negra contra o racismo e as desigualdades sociais,
O cronograma iniciou-se com a ‘Semana do Empreendedorismo negro: valorização e desafios’. A atividade foi realizada no CETEP/LNAB, com as participações do professor e poeta Atanael Barros, do Grupo Cultural Estrela do Samba do Catuzinho e do Presidente da Associação Quilombola do Cangula, Orlando Pereira.
Outras atividades que aconteceram ao longo do mês foram ‘Decolonizar a estrutura sistematizada: a equidade de raças ao direito a dignidade da pessoa humana’, que contou com um seminário com a defensora pública Dra. Jamara Saldanha e uma capacitação antirracismo com a Guarda Civil Municipal intitulada ‘Decolonizar para avançar o olhar na garantia de direitos’.
Ainda de acordo com Leandro, “esse mês de atividades foi uma oportunidade de resgate cultural e de mostrar às pessoas negras que os espaços estão abertos para elas. Precisamos encorajá-las a continuar na luta contra a discriminação e quebrar os paradigmas impostos pela história. Nós somos descendentes de grandes civilizações e precisamos valorizar a nossa ancestralidade”.
A respeito da culminância do Novembro Negro, no Centro de Cultura, o coordenador de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da SEMAS frisou que o local foi escolhido para permitir o acesso desses jovens a espaços de poder e inspirá-los a se tornarem profissionais de destaque, além, é claro, de apresentarem seus dons artísticos. “Fazer um evento com essa magnitude em um território que fala de cultura, como o Centro de Cultura, é promover o acesso a esses espaços. Nosso trabalho é, de fato, decolonizar para avançar, quebrar esse paradigma de uma história única, que nos coloca como marginais dos processos históricos. Nós não somos descendentes de escravos, mas de grandes reis e rainhas”.
Marcaram presença estudantes da Escola Estadual Oscar Cordeiro, do CETEP, o grupo de convivência do CRAS Nova Brasília , grupos culturais, artistas, o Mestre Ivan e o Coroa. A Vice-diretora do CETEP Rouse Maria de Santana Santos, proferiu uma palestra, na ocasião, reforçando a importância da autoestima, dos estudos e das metas para atingir a profissão que se quiser. “Antigamente, a única perspectiva para nós, negras, era a de ser empregada doméstica ou aquela que serve cafezinho, mas essa realidade está mudando e por isso é importante trazer à tona essa discussão para os estudantes da escola pública e mostrá-los que eles são capazes de alcançar seus sonhos e superar as dificuldades impostas pela sociedade, através da qualificação profissional, do enfrentamento das limitações sociais e do esforço pessoal para buscar seus objetivos”.
Secom: PMA
Foto: divulgação/PMA