A Prefeitura lançou nesta quarta-feira (28) a campanha Salvador Contra a Dengue, que terá a intensificação de ações coordenadas entre as várias secretarias para prevenir o avanço do vírus, o que historicamente ocorre entre março e abril. O Brasil vive hoje uma epidemia da doença, porém o município está com a situação controlada, em situação de alerta. A capital baiana tem atualmente uma taxa de 44,3 casos por 100 mil habitantes, um décimo do que é registrado no país, que alcança 479,3 casos, e abaixo também da Bahia, que tem 119,9 casos neste mesmo índice.
Os detalhes da iniciativa foram apresentados pelo prefeito Bruno Reis e pela vice-prefeita e secretária municipal da Saúde (SMS) Ana Paula Matos. A apresentação ocorreu durante a entrega da requalificação do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) da Federação. Como destaque das ações, está a implantação de duas Unidades de Suporte – semelhante aos gripários no período pandêmico -, sendo uma com 10 leitos em área contígua à UPA do Vale dos Barris e outra com cinco leitos no estacionamento da USF Itapuã, para ampliar a rede de atendimento de urgências e emergências.
Além disso, foram anunciados a utilização de tecnologia, com até 2 mil armadilhas do tipo ovitrampa, para monitorar as regiões prioritárias para fazer o controle vetorial; a instituição do Comitê Municipal de Prevenção e Controle de Arboviroses; o funcionamento do Centro de Operações Especiais (COE), com a participação de representantes de outras secretarias para melhor coordenar as ações intersetoriais; e um simulado de mesa em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para avaliar a resposta do município a um cenário de emergência provocado pela doença.
Bruno Reis destacou que o número menor de casos em Salvador em comparação com o Brasil se dá por conta dos trabalhos preventivos realizados pela Prefeitura. “Na vida pública não basta saber fazer, tem que saber a hora de fazer. Nós antecipamos o início dessa operação para o mês de setembro, e de lá para cá uma série de ações estão sendo realizadas que permitiram hoje Salvador, quando se compara com a Bahia, com o Brasil, em especial com as outras cidades, ter o menor índice de infestação”, disse.
O prefeito anunciou a ampliação da vacinação contra a dengue, em especial para as crianças de 10 e 11 anos, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde. Neste final de semana, a Prefeitura vai promover um mutirão nos shoppings de Salvador. Até o momento, já foram aplicadas 9.668 doses. “O lançamento oficial desta campanha é para, primeiro, mostrar o que nós já realizamos e tudo o que ainda será feito. Mas, também para orientar a população para juntos estarmos engajados e podermos enfrentar a doença. A Prefeitura não está medindo esforços”, afirmou.
“Os dados mostram que 80% dos criadouros dos mosquitos estão nas residências e nos estabelecimentos comerciais. Isso significa o quê? Que a população tem um papel crucial nesse enfrentamento. Estamos distribuindo 7 mil cartilhas de educação em saúde e fizemos ações de conscientização com os alunos da rede municipal. Não dá para brincar, o crucial é a vida. Por isso, é importante que todo mundo se mobilize”, completou Bruno Reis.
Alerta – Em janeiro deste ano, o Levantamento Rápido de Índice para o Aedes aegypti (LIRAa) de Salvador foi de 1,8 – o que significa que foram encontradas larvas do mosquito em quase dois de cada 100 imóveis vistoriados pelas equipes de saúde do município. Este índice aponta um cenário de alerta, mas no comparativo ao mesmo período do ano passado houve uma melhora: em janeiro de 2023, a taxa era de 2,4.
Segundo Ana Paula Matos, o resultado positivo do LIRAa aponta o sucesso da Operação Verão Sem Mosquito, iniciada pela Prefeitura em setembro do ano passado. “Estamos há seis meses intensificando as ações de rotina, como o controle tanto mecânico, que é retirar a água que está parada, como o químico; também com o ingresso compulsório em imóveis que estão abandonados; com vistorias em barcos, em cemitérios, em depósitos, em todos os locais em que pode ter água parada”, disse.
“Porém, eu reforço: 80% dos criadouros do mosquito da dengue em Salvador estão na casa das pessoas. Por isso, peço a todos os cidadãos que nos ajudem e que sejam multiplicadores. As pessoas ainda acabam fazendo descarte inadequado, temos imóveis em situação de abandono, sucatas e borracharias que são focos. Nossas equipes estão em campo diariamente agindo, já fizemos milhares e milhares de ações. Mas, se uma pessoa descuidar, ela pode prejudicar toda a sua coletividade e toda a sua vizinhança”, completou.
Desde setembro, a SMS inspecionou 6.766 imóveis na cidade, sendo que em 118 deles havia focos de reprodução do Aedes aegypti. Além disso, foram inspecionados 31 mil depósitos e realizadas 959 ações do coletivo, sendo 260 em escolas, 240 em praças, 110 unidades de saúde e 89 em hotéis e outros estabelecimentos comerciais. Completando os dados, também foram realizadas no período 3.500 ações de educação nos 12 distritos sanitários da capital baiana.
Reforço – Além da implantação das Unidades de Suporte no Vale dos Barris e em Itapuã, a Rede de Urgência e Emergência conta com a mobilização das 10 unidades de UPA e as oito de PA, inclusive a recém-inaugurada em Ilha de Maré.
A estratégia também envolve a preparação das 160 unidades de Atenção Primária com equipes capacitadas com manejo clínico para casos da doença; a seleção de unidades sentinelas em cada um dos distritos sanitários com atendimento aos sábados e domingos, sendo abertas de acordo com o cenário epidemiológico de cada distrito; e reforço nas atividades educativas através dos Agentes Comunitários e equipes de saúde nas escolas.
Seciom: PMS
Foto: Noel Tavares