A Secretaria Municipal de Gestão (Semge) realizou nesta semana o treinamento de 150 profissionais na plataforma Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais (AMS). A capacitação teve como foco instruir grupos de suporte e tomada de decisão em como notificar situações ligadas à violência nas unidades prestadoras de serviços públicos e como fazer a leitura mais assertiva dos dados obtidos.
Fruto de uma parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a plataforma é uma ferramenta de análise para a tomada de decisões estratégicas que buscam resguardar as vidas de quem atua na linha de frente dos serviços essenciais e que, diariamente, enfrenta desafios inerentes a violência armada. Além de proteger os colaboradores, o uso da plataforma e outras medidas que compõem o programa AMS contribuem na continuidade e eficácia dos serviços prestados aos soteropolitanos.
O Acesso Mais Seguro (AMS) é uma metodologia que busca ser alternativa para responder às consequências da exposição da população e profissionais dos serviços públicos à violência armada nas cidades. Em Salvador o programa é liderado pela Diretoria de Governança e Projetos (DGG) da Semge e está em curso desde janeiro. De lá pra cá já foram capacitados profissionais de 40 unidades entre escolas, equipamentos de saúde e de atendimento social. A ideia é que todos os equipamentos que atuam na prestação de serviços na cidade sejam contemplados com o programa.
O gestor de Processos da DGG, Moabe Marinho, explicou que a metodologia do AMS colabora na sistematização da tomada de decisões que possam proteger tanto os profissionais que atuam nas unidades públicas quanto os usuários dos serviços. “Estamos falando da disponibilização do serviço público em áreas de vulnerabilidade, mas também do cuidado que a Prefeitura está tendo com o servidor que precisa estar inserido no contexto de violência armada. Isto para que o profissional possa prestar o serviço com qualidade e eficiência dentro das possibilidades. Então a metodologia traz ferramentas para o servidor proteger a própria vida e a vida do cidadão que acessa o serviço”, detalhou.
Metodologia – Estão sendo formados grupos de trabalho nos equipamentos públicos para serem capacitados em como gerenciar riscos, crises e situações de estresse. Depois, as equipes elaboram um plano de contingência de acordo com as necessidades de cada unidade, a partir da expertise da Cruz Vermelha.
As situações observadas no dia a dia pelos colaboradores capacitados serão lançadas periodicamente na plataforma do Acesso Mais Seguro e analisadas por profissionais gestores das próprias unidades. A partir da leitura destes dados, serão adotadas as medidas previstas no plano de acordo com cada estágio de conflito identificado.
Governança – Salvador é a primeira cidade do país que está atuando com o programa AMS a partir do pilar da governança, conectando as pastas envolvidas, monitorando e mensurando resultados obtidos. As ações do programa na capital baiana são coordenadas pela Semge e envolvem as pastas da Educação (Smed), Saúde (SMS), Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre), e Política para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ).
Cruz Vermelha – O Comitê Internacional da Cruz Vermelha é uma organização neutra e independente presente em 100 países. O comitê é focado em assistência humanitária a pessoas vulneráveis a conflitos armados, direitos humanitários e humanos. A CICV atua em parceria com governos locais, organizações e sociedade civil. Além de Salvador, cidades como Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Vila Velha (ES) e Florianópolis (SC) também aderiram ao programa Acesso Mais Seguro.
Secom: PMS
Foto: Noel Tavares