A Guarda Municipal de Salvador tem compartilhado suas experiências em um modelo de cooperação com outras cidades baianas. A autarquia já ajudou na formação de ao menos 800 outros guardas em 57 diferentes cidades do interior.
O trabalho é feito de forma voluntária pela Guarda da capital baiana que presta assessoria técnica em um processo que conta com aulas práticas e teóricas. Uma das cidades que foi palco dessa cooperação foi Maragogipe, situada no Recôncavo Baiano.
De acordo com o inspetor Marcelo Silva, um dos articuladores da iniciativa, a formação na cidade começou com aulas teóricas ministradas remotamente três vezes por semana durante três meses. Em seguida, os guardas de Salvador foram até o município para concluir a parte prática da formação.
“A formação de guarda municipal tem uma carga horária obrigatória de 476 horas e inclui 36 disciplinas. Tudo baseado em uma grade curricular determinada pelo governo federal. Em Salvador, esse conteúdo é dado de forma presencial ao longo de quatro meses. Em outras cidades, adaptamos parte disso para o formato remoto e intensificamos a parte prática no presencial”, explica o inspetor.
A Guarda Municipal de Salvador não ajuda apenas com a formação de novos agentes. A cooperação inclui também apoio na estruturação administrativa das corporações do interior, além de doação de equipamentos usados que estão em bom estado e que podem ser úteis para outras guardas.
Suporte – “Também ajudamos com consultorias sobre estrutura administrativa, funcionamento interno, gestão. Inclusive, materiais que se tornaram obsoletos, como capacetes, às vezes são reaproveitados e doados para guardas do interior. Um recurso que para nós está em fim de uso pode ser muito útil para eles”, diz Marcelo.
O comandante da Guarda Municipal de Maragogipe, Josué Rebouças, diz que a parceria com a Guarda de Salvador começou após uma visita à capital baiana articulada pelo comando da corporação da cidade do Recôncavo Baiano. Durante essa visita, representantes conheceram a estrutura e o funcionamentos dos procedimentos operacionais da GCM da capital.
“Tivemos a oportunidade de conhecer a forma de trabalho, a organização, as divisões, o corpo técnico e operacional da corporação, além de entender como se dá o nivelamento com outros municípios da região. Também tratamos da celebração do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), instrumento que viabilizou o curso de formação e a doação de equipamentos pela GCM de Salvador”, comenta.
Matriz curricular – A formação recebida foi baseada na matriz curricular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) com abordagem de legislações, normas técnicas, uso de equipamentos não letais e protocolos operacionais. Além da capacitação formal, houve troca de experiências entre os profissionais.
Após a formação, a Guarda de Maragogipe reestruturou seus regimentos e investiu em equipamentos adequados para os serviços operacionais: 51 agentes passaram pelo treinamento. Como o efetivo total é de 150 guardas, novas turmas já estão previstas para os próximos meses.
“Para nós, Salvador é uma referência. E o trabalho do inspetor-geral Marcelo Silva tem sido essencial para essa transformação. A ele e a toda a equipe da GCM de Salvador, o nosso respeito, gratidão e total reciprocidade”, conclui Josué.
Secom: PMS
Foto: Noel Tavares