A preocupação com a saúde mental da população levou a Guarda Civil Municipal (GCM) de Salvador a criar o projeto Curare, que oferece atendimentos psicológicos gratuitos todos os sábados, das 8h às 11h, na Lagoa dos Pássaros, no bairro do Stiep, exceto em dias chuvosos ou feriados. O acesso é feito por ordem de chegada e começa com uma triagem realizada por uma assistente social.
A iniciativa busca acolher quem enfrenta dificuldades emocionais e não tem condições de esperar pelo atendimento na rede pública. Desde o retorno das atividades, em janeiro passado, o projeto Curare já realizou 680 acolhimentos. Em média, cerca de 60 pessoas são atendidas a cada sábado.
“A ideia surgiu da crescente necessidade de cuidar da saúde mental. A preservação da vida é um dos princípios da Guarda”, explica James Azevedo, diretor da GCM. O projeto conta com mais de 30 voluntários, entre psicólogos formados, estudantes de psicologia e uma filósofa.
Entre os principais motivos de busca estão quadros de ansiedade, depressão, luto por perdas, esgotamento devido ao excesso de trabalho e separações afetivas. No atendimento a crianças e adolescentes, destacam-se casos de transtornos do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), Opositivo Desafiador (TOD) e ansiedade.
“Através do projeto, a GCM também atua na redução de danos, na identificação de possíveis situações de violência e na promoção do bem-estar da comunidade”, reforça James Azevedo.
Luã Rilson Ornelas é um dos pacientes do Projeto Curare. Ele conheceu a iniciativa por indicação de um amigo e descreve como o acompanhamento transformou sua vida. “Foi a primeira vez que eu me permiti abrir e falar sobre questões muito íntimas. Estar ali, sendo escutado, me ajudou a lidar melhor comigo mesmo e com quem está ao meu redor”, conta.
Atualmente, Luã segue em acompanhamento semanal e relata avanços significativos no autoconhecimento, no relacionamento com o companheiro, familiares e amigos. “Não sou mais a mesma pessoa de antes. O Curare foi um divisor de águas para minha saúde emocional”, afirma.
Secom: PMS
Foto: Bruno Concha/ Secom PMS