Os cálculos renais, problema também conhecido como pedra nos rins, atinge a cerca de 10% a 15% por cento da população brasileira, numa incidência maior entre pessoas de 20 a 40 anos de idade. A informação é do médico cirurgião urologista, Eduardo Cerqueira, o qual afirma que, por conta da pouca ingestão de água, o risco da formação de cálculos nos rins aumenta ainda mais.
Os cálculos renais são cristais que formam “verdadeiras pedras dentro dos rins. Esse órgão, vale lembrar, faz a filtragem de nosso sangue para retirar todas as impurezas. Nesse processo, elementos como ácido úrico, cálcio, eletrólitos, entre outros, podem precipitar na urina em forma de cristais que se agrupam formando pequenos cálculos. O problema é que, mesmo pequeno, ele induz à formação de novos cálculos que se juntam a ele fazendo com que aumente de tamanho”, explicou o especialista.
De acordo com Dr. Eduardo Cerqueira, são diversos os fatores de riscos para cálculos renais e a baixa ingesta de líquido é o principal dele. No inverno, esse problema costuma ser potencializado pelo fato de as pessoas sentirem menos sede. “Além de consumir mais sódio, o paciente costuma, no frio, ingerir menos água e ainda alguns costumam tomar mais bebidas alcoólicas para esquentar (são diuréticas e favorecem à desidratação)”, salientou o urologista que citou também como costumes a serem evitados o consumo excessivo de carne vermelha, alimentos com bastante sal de cozinha e condimentadas.
O especialista chama a atenção para o fato de que, principalmente nesse período frio em que a ingesta de líquido é ainda mais reduzida, tais fatores precisam ser observados por todos os grupos de pessoas, em especial, pessoas obesas que podem ter pré-disposição a formar cálculos renais; as que passaram por cirurgia bariátrica e perderam peso muito rápido, vale lembrar que parte desse material passa pela filtragem nos rins, então precisa ficar em alerta e tomar bastante líquido. “Não existe melhor caminho para a prevenção de cálculos renais a não ser a ingesta de água, então, durante o inverno, é preciso sim se policiar”, frisou o cirurgião, acrescentando que é preciso ficar alerta para qualquer dor súbita na região dos rins.
“Geralmente, o paciente não está sentindo nada e, de repente sente uma dor lombar, nas costas muito forte, muitas vezes associada a náuseas, vômito, mal estar intenso. A dor é tão forte que o paciente dificilmente costuma ficar sem uma assistência médica. Geralmente, em homens, a dor se irradia para as genitálias, seja no saco escrotal (homens) ou região da vagina (mulheres)”. De acordo com o especialista, ainda existem os casos de dores moderadas e persistentes. Essas são os casos de cálculos de grande volume que ocupa todo o rim. É um tipo de cálculo que vai crescendo aos poucos e a dor é persistente. Outros sinais podem ser sangramento na urina e episódios de infecção urinária.
O principal tratamento e mais realizado atualmente para quem apresenta cálculos renais é a cirurgia a laser. Por ser um procedimento minimante invasivo, não necessita de cortes, possibilita o tratamento de cálculos de extensão grande em posições diferentes no rim e do canal. Existe também a cirurgia do rim percutânea, por meio da qual pode ser utilizado o laser e trata cálculos de tamanho avançado e, em casos excepcionais, como pacientes com má formações ou alterações anatômicas nos órgãos e que para fazer uma dessas cirurgias seja mais complicado, opta-se pela cirurgia robótica ou laparoscópica, sem grandes incisões e recuperação mais rápida para o paciente. “Quando o assunto é cirurgia aberta, dificilmente o paciente vai para casa no dia seguinte por conta das dores, bem diferente do que acontece nos outros tipos de procedimentos”, explicou o cirurgião.
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Foto: Noel Tavares