Devido às mudanças no cenário da economia, desemprego e redução de renda familiar, a maioria dos brasileiros enfrenta problemas financeiros. De acordo com o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, realizado pelo Serasa em julho, mais de 71 milhões de pessoas estão em situação de inadimplência no país. “Na visão sistêmica, o dinheiro não é um símbolo, é uma energia. Não a matéria do dinheiro, mas o campo do dinheiro é afetado pelas nossas relações, principalmente com pai e mãe. Tudo vem de lá, dessa primeira esfera”, sinaliza a psicoterapeuta Transpessoal Sistêmica, Livia Meinking.
Na visão sistêmica, que é a capacidade de enxergar e entender situações em sua forma mais completa, quem ainda está na esfera doméstica tende a ter dificuldade com o dinheiro. Adultos que vivem com os pais, que continuam sendo financiados em idade produtiva, cuja manutenção da vida depende ainda de outras pessoas. “Recebo muita gente no consultório com essa postura, às vezes por medo de ir para a vida. O que os pais já fizeram foi suficiente. É preciso buscar”, sinaliza a terapeuta transpessoal.
Consciente do que recebeu, é que se começa a esfera das trocas. Reconhecendo talentos e potenciais, a pessoa se coloca no lugar de realizar trocas, com a postura de servir à vida. “Porque o dinheiro está a serviço da vida, da manutenção da própria vida”, destaca a especialista, lembrando que, mesmo em situações de desemprego ou vulnerabilidade, as pessoas podem reverter a situação crítica quando descobrem que têm algo que bom a oferecer, que são capazes de fazer e trocar com outras.
“É nesse movimento que a gente entra no fluxo do dar e receber. E em uma esfera ainda maior – na esfera espiritual – o dinheiro é usado a serviço do bem, do próximo, para ajudar pessoas que são menos beneficiadas. Então, o dinheiro tem uma função espiritual nas nossas vidas”, defende a terapeuta que dedicou o mês de setembro ao compartilhamento de informações sobre a relação sadia com a energia do dinheiro. Em lives abertas ao público, a especialista fará estudos de casos, explicará como a constelação familiar pode ajudar a equilibrar as finanças, além de promover resenhas sobre filmes ou séries que abordem a temática.
Por heranças filosóficas ou religiosas, muitas pessoas percebem o dinheiro como algo sujo e imoral. De acordo com a terapeuta Livia Meinking, sair da escassez e entrar nos trilhos da abundância tem a ver como a desconstrução de crenças limitantes em relação ao DINHEIRO. “Tem pessoas que dizem ter medo do dinheiro porque o dinheiro corrompe, o dinheiro é sujo, o dinheiro muda as pessoas… O dinheiro não tem cunho moral. Quem dá esse cunho moral ao dinheiro são as pessoas. Então, se aquela pessoa que ganhou dinheiro e se tornou uma má pessoa, na verdade ela já era aquilo, ela só está revelando uma faceta da personalidade dela por conta da presença do dinheiro”, avalia Meinking.
Diante dos desafios sociais enfrentados pelo país, a psicoterapeuta faz um importante alerta. “Assistencialismo de governo é uma extensão do braço do pai e mãe na vida das pessoas. Quem está em situação de vulnerabilidade, precisa de uma ajuda temporária; não eterna. Precisa ser capacitada para voltar a se mover e poder caminhar com as próprias pernas, para não ficar no lugar de eterna tomadora”, defende.
Para abandonar o ciclo negativo da escassez e entrar no círculo da abundância, é importante avaliar posturas, olhar fatores internos e externos em uma análise ampla que abrange os sistemas. “Quando uma pessoa chega para a terapia, não é um ser individualizado apenas, é um ser que está inserido em vários sistemas e que são interligados ao mesmo tempo. É possível e urgente curar a relação com o DINHEIRO porque dívidas não caducam nunca na alma. E vítimas não prosperam na vida. Deus é abundante. Deus é próspero, a vida é rica. E o dinheiro não tem dono: está livre, podendo circular e ser de qualquer um”, conclui.
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Foto: Noel Tavares