As vendas do varejo baiano se retraem em 0,6% no mês de agosto de 2023 frente a julho. Com a taxa negativa de 0,2%, o cenário nacional seguiu no mesmo sentido. Em relação a igual mês em 2022, as vendas na Bahia cresceram 5,8%, sendo o décimo mês consecutivo de incremento e quarto melhor resultado do país – no Brasil o avanço foi de 2,3%. No acumulado do ano, as variações também foram positivas, em 4,8% e 1,6%, no âmbito estadual e federal, respectivamente. Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
A retração verificada nas vendas pode ser reflexo do programa Desenrola Brasil, que passou a vigorar no mês de julho/2023. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em agosto/2023 houve uma redução do número de famílias endividadas, chegando a 77,4%, ao passo que no mês anterior essa taxa foi de 78,1%. Esse resultado revela que as famílias, ao aderirem ao programa, comprometeram parte dos seus recursos para o pagamento dos acordos firmados com as instituições financeiras, reduzindo assim o impulso para novas compras.
No comparativo anual, a expansão de 5,8% nos negócios é resultado da melhora na percepção dos consumidores sobre a economia e de expectativas mais otimistas para os próximos meses. Os dados do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas refletem esse cenário quando, pelo quarto mês consecutivo, apresenta avanço nesse indicador. Em agosto, a alta foi de 2,0 pontos, passando para 96,8 pontos, o maior nível já registrado desde fevereiro de 2014 (97,0 pontos).
De acordo com os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados pela SEI, no mês de agosto de 2023, a Bahia gerou 11.518 postos de trabalho com carteira assinada. Com a resilência do mercado de trabalho, o início de programas voltados para a quitação de dívidas e a redução da taxa de juros, os consumidores se sentiram mais estimulados para realizarem novas compras. Outros aspectos que podem ser ressaltados são a pressão atenuada dos preços e o efeito base, uma vez que em igual período de 2022 as vendas recuaram -3,9%.
Por atividade, em agosto de 2023, os dados do comércio varejista do estado baiano, quando comparados aos de agosto de 2022, revelam que quatro dos oito segmentos que compõem o indicador do volume de vendas registraram comportamento positivo: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,7%), Móveis e eletrodomésticos (5,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5,2%) e Combustíveis e lubrificantes (1,1%). Os demais segmentos apresentaram comportamento negativo: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,3%), Tecidos, vestuário e calçados (-11,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-25,0%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-33,3%). No que diz respeito aos subgrupos, verificam-se que as vendas de Eletrodomésticos, Hipermercados e supermercados e Móveis cresceram 8,3%, 8,0% e 4,9%, respectivamente.
Comércio varejista ampliado
O comércio varejista ampliado denominado de Atacado Selecionado e Outros e que inclui o varejo restrito e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças, Material de construção e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou expansão de 3,0% nas vendas, em relação à igual mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi positiva em 3,4%.
Secom: GovBa
Foto: Noel Tavares