Combustíveis, passagens aéreas e leguminosas são os vilões da notícia no mês
A inflação é o tema econômico do momento. Na Região Metropolitana de Salvador, os preços subiram, em média, 1,22% no mês de outubro, acelerando pelo segundo mês, ante 0,70% da variação de setembro de agosto e 1,11% de setembro. De janeiro a outubro, a inflação chegou a 8,11% e 10,38% no acumulado de 12 meses, de acordo com os dados do IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE.
Em termos de variação, o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, destaca que a maior do mês foi a das passagens aéreas, de 43,38%.
“Outubro não é um mês de alta temporada no turismo, pelo contrário. É que o setor tem sofrido pressão pelo aumento do preço do combustível, o querosene de aviação e, ao mesmo tempo, a demanda tem crescido de maneira significativa ”, destaca o consultor.
Ainda abordando o grupo de transportes, que puxou 40% do IPCA de Salvador, foi visto também o aumento do óleo diesel que subiu 8,67% no mês. Já o aluguel de aumento aumentou 7,79%, tal como o transporte por aplicativo com elevação de 5,52%.
“Evidentemente, uma coisa puxa a outra. No caso dos aplicativos, o aumento da gasolina tem inviabilizado muitas corridas e motoristas já desistem da profissão, ou seja, redução de oferta e aumento da demanda pressionam os preços. Em relação à locação de veículos, os carros estão mais caros para compra e, consequentemente, há o repasse para o consumidor ”, pontua Dietze.
O que ficou mais caro no mês também foram os tubérculos, raízes e leguminosas com alta mensal de 9,83%, puxado por tomate (21,91%), batata-inglesa (17,69%) e cenoura (10,47% ). Os alimentos em geral subiram 1,03% e impactaram com 0,23 ponto percentual no resultado geral.
No grupo Habitação, o terceiro maior impacto no mês junto com o grupo de Vestuário, o que puxou a alta foi gás de botijão (3,42%). Esse item é derivado do petróleo e sofre com o aumento do preço da commodity no mercado internacional.
Alguns itens, por outro lado, têm contribuído para a divulgação não subir mais ainda. É o caso da cebola que registra queda mensal de 9,64%, a batata-doce com recuo de 6,70% e o feijão-mulatinho com retração de 4,04%.
“Como a conversão está por toda a parte é complicado encontrar caminhos para economizar. Normalmente, a dica é pesquisar. No entanto, não adianta circular muito, pois o que se ganha ao achar uma promoção, pode-se estar perdendo com o consumo do combustível, gasolina, etanol ou gás ”, alerta Dietze.
A compra pela internet, segundo o economista, pode ser uma solução inteligente.
“É um canal de busca e é possível encontrar mercados com entrega grátis. Não necessariamente para compra de produtos perecíveis, mas para produtos de limpeza, higiene & beleza e bebidas, por exemplo. Tudo é válido para tentar aliviar o bolso neste momento de economia cheio de desafios com a alta e o desemprego elevado ”, acrescenta o consultor econômico da Fecomércio-BA.
Foto: Noel Tavares