A Secretaria do Meio Ambiente (Sema), em parceria com a ONG Rede Viva Mar Vivo, finalizou, na quarta-feira (8), a ação de coleta de resíduos sólidos em três praias de Salvador: Cantagalo (27/11), Amaralina (4/12) e Jaguaribe (8/12), com o intuito de levantar as condições atuais do ambiente costeiro. Após essas atividades, será elaborado um diagnóstico, com o perfil dos usuários e empreendedores, além de sugestões, resolução de conflitos e ações para a melhoria das praias de Salvador.
De acordo com o superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, Tiago Porto, foram coletados de 2 a 3 mil materiais em cada uma das ações, com uma média de cinco itens em cada metro quadrado. ” Se projetarmos essa média por toda extensão das praias da capital baiana, isso é um volume imenso. Com a finalização do diagnóstico iremos dialogar com parceiros, cooperativas de materiais reciclagens, o setor privado, a prefeitura de Salvador, para pensarmos numa solução integrada”, afirma.
O superintendente acrescenta que “o diagnóstico final será elaborado a partir da coleta dos resíduos nas praias, separação e identificação dos materiais por categoria. Após essa etapa, analisaremos a pesquisa realizada com os frequentadores da praia e empreendedores locais, para entender o ciclo dos resíduos nas praias e possíveis indicações de melhorias. Vale destacar que essa ação faz parte de um conjunto de projetos da Sema relacionados ao gerenciamento costeiro do estado”.
A ação realizada nas três praias chama a atenção para os riscos dos microplásticos para o meio ambiente. Como o plástico é à prova de fungos e bactérias, sua degradação é extremamente lenta. Além disso, quando o plástico cai nos oceanos, ele se fragmenta em pequenas partículas plásticas (microplásticos), que acabam participando da cadeia alimentar de animais marinhos, causando a morte deles e interferindo no ciclo reprodutivo de muitas espécies. Além de reduzir o consumo de plástico, a reciclagem e reutilização são formas eficazes de promover a cidadania oceânica.
Para o diretor da ONG Rede Mar, William Freitas, é preciso pensar o uso das praias analisando os múltiplos usos, seja no aspecto dos banhistas, do comércio, dos pescadores, das atividades marítimas. “A economia da cidade gira em torno das praias, então quanto mais as praias estão saudáveis, mais a economia se desenvolve. Mas, para que a praia esteja saudável, é preciso responsabilidade da sociedade. Se as praias não tiverem com um serviço bem-apresentado para os frequentadores e com condições de uso positivo, isso vai afetar diretamente a economia da cidade”, destaca.
Foto: Noel Tavares