O ICEC – Índice de Confiança do Empresário do Comércio, elaborado mensalmente pela Fecomércio-BA, apontou queda de 2% ao passar de 112,5 pontos em janeiro para os 110,3 pontos em fevereiro. No entanto, na comparação anual, houve avanço de 17,1%, quando naquele mês o ICEC havia sido de 94,2 pontos.
Vale destacar que, entre 0 e 100 pontos é considerado patamar pessimista, quando a maioria dos empresários responde negativamente as questões sobre a economia e seus negócios no presente e no meio prazo. A pontuação de 100 a 200 pontos significa que os empresários estão otimistas.
“A melhora anual tem a ver com a ampla abertura da economia e do avanço da vacinação. Lembrando também que neste mesmo período do ano passado o país vivia com intensidade a segunda onda da pandemia, com muitas incertezas. Desta forma, seria natural imaginar um crescimento importante em relação a fevereiro do ano passado”, pontua o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze.
Para o economista, neste momento, a queda mensal vem por conta dos receios dos empresários com a variante ômicron.
“Apesar do seu auge ter sido em meados de janeiro, ela traz incertezas, pois no final do ano passado não estava no radar essa variável e pegou todos de surpresa, quando as previsões eram as melhores possíveis. Ou seja, há chances de ocorrer algo parecido novamente no futuro próximo e que possa trazer cancelamentos e restrições” explica Dietze.
A queda foi vista de maneira generalizada no ICEC de fevereiro, nos três sub-índices que compõem o indicador. O destaque negativo foi do Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), de 3,5% e volta aos 84,6 pontos.
“Embora otimistas em relação ao futuro próximo, empresários recuaram em 1,4% a avaliação sobre os próximos meses. O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) caiu 1,4% e atinge os 147,2 pontos, com cenário menos positivo para a economia brasileira (139,7 pontos)”, esclarece o consultor econômico da Fecomércio-BA.
E o Índice de Investimento do Empresário do Comércio – IIEC recuou 1,5% e atingiu 99 pontos. Se há apreensão no curto e médio prazos, é natural o empresário repensar os seus investimentos e contratações.
Neste final de fevereiro os impactos da variante ômicron foram mais brandos, o que pode retomar a confiança dos empresários do comércio de Salvador. Ou seja, pode ter sido um desempenho negativo pontual, de um a dois meses, mas que a tendência é positiva.
“Porém, o ICEC não deve avançar mais rápido por conta dos problemas da economia que impedem um nível de consumo maior, como a inflação e os juros altos. A melhora do mercado de trabalho seria fundamental para estimular o consumo. Contudo, as perspectivas são de resultados fracos ao longo de 2022”, cita o economista Guilherme Dietze.
Foto: Noel Tavares