Turismo pesado através de investimentos na indústria sem fumaça que agrega diversos setores. Essa é uma das soluções apontadas pelo vereador Augustão do PT de Ilhéus para a retomada do desenvolvimento da cidade. O presidente da Comissão de Transportes da Câmara de Vereadores local revela que, Ilhéus sofre em diversas áreas e o transporte é uma delas. O parlamentar enxerga como solução a valorização do seu povo através de estratégias funcionais como abertura de vias e ruas para fortalecer as comunidades indígenas e da zona rural proporcionando mais oportunidade para o ilheense.
“Com o turismo pujante você mexe com toda uma região, porque a Ilhéus é uma cidade com mais de 100 km de praias e a gente observa que tudo na cidade vem de fora por falta de visão administrativa. Nós aqui até produzimos, mas outras cidades levam a fama: a nossa banana vem de Venceslau Guimarães e Teolândia: o nosso pescado vem de Valença, Camamu, Itacaré e Canavieiras. O aipim vem de Jequié, a carne de Itororó e Itapetinga e a farinha vem de Buerarema”, denuncia Augustão.
Ainda de acordo com o vereador, a produção da zona rural de Ilhéus está impedida de ser escoada por causa do desprezo da prefeitura e por isso, algumas localidades estão isoladas por causa das péssimas condições das estradas: buracos; mato; falta de sinalização e até interdição por queda de barreira. As comunidades de Inema e Pimenteira são outros exemplos desse descaso. Sobre a produção de Cacau e seus derivados, as indústrias estão em Ilhéus e mesmo a cidade sendo dotada de porto e aeroporto, a sua produção é escoada para Salvador impedindo que Ilhéus receba a receita.
O caminho para a comercialização da produção local se torna cada dia mais difícil. O parlamentar ressalta que para vender os seus produtos “os moradores da zona sul levam a produção para Buerarema. A farinha, por exemplo, é produzida em Ilhéus, vai para Buerarema e volta mais cara para o município. Quem produz em Inema encaminha os seus produtos e serviços para a cidade de Coaraci. Já os agricultores dos distritos Banco do Pedro, Castelo Novo e Banco Central enviam suas produções para Uruçuca. Os moradores da zona norte da cidade, como Ponta do Ramo, Tibina, Aderno, Queimada e outras comunidades fazem negócios em Serra Grande, na cidade vizinha de Uruçuca.
E como se não bastasse, de acordo com o vereador, os problemas nas estradas de Ilhéus também afetam quem mora e produz na zona sul da cidade: os indígenas e agricultores escoam a produção para a cidade de Una e Buerarema. Nesta segunda (21), a comunidade indígena protestou para chamar a atenção do poder público sobre o descaso que essas comunidades sofrem. “Por tudo isso, a população de Ilhéus está migrando para esses municípios. Ilhéus perde habitantes por falta de comprometimento da prefeitura com a população. Nós tínhamos cerca de 220 mil habitantes e hoje só temos 160 mil, de acordo com o IBGE”, reflete o vereador Augustão indignado com a forma em que a população está sendo tratada pelo administração da cidade de Ilhéus.
Foto: Noel Tavares